domingo, 14 de setembro de 2008

a r e u n i ã o



Nem o sol estendia suas abas flamejando o escuro e já haviam seis ou sete deles ali. Os portões de metal unidos por uma corrente de aço e selados por um cadeado. um vulto humano de capacete amarelado que se aproxima. uma chave não brilha em sua cinta e ele pára em frente ao portão. pequenos sons internos de desespero em meio ao silêncio: um desespero imaginário. o semicírculo de fogo projeta os corpos, o muro imenso, as construções e suas escadas, as chaminés e a sujeira que quase dilui o ar. um ruído grave e contínuo buzina a hora. Barulho de chave, olhos atentos. Os portões são abertos e as pessoas disparam.


adentram a sala


A sala é escura, barulho de água por todos os lados (os pingos, são sempre os pingos e seu barulho que nenhum deles consegue suportar mais, a sala cheia de água podre, corrimento de canos podres), a água cobrindo meio centímetro de altura; um cabideiro de quatro lugares para casacos e chapéus, quatro cadeiras, três pretas, uma vermelha.


Ele chega sério, como sempre. Como sempre,coloca seu chapéu e casaco no cabideiro, senta-se, cumprimenta à todos os membros, primeiro o da direita, depois, o da esquerda com apertos de mão. O outro recebe um aceno. Um, atrasado, está de pé. coloque suas tralhas aí. as mãos tremendo, obedece a ordem dEle sem qualquer hesitação e deposita o casaco e o chapéu no chão. A estrela era por detrás das paredes, não que algum deles pudesse ver ou se interessar no momento. apenas parecia um pensamento assim o silêncio momentâneo.


Marco Aurélio Castro Rodrigues

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