sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Dois

Dois. O olhar pousou agitado diante do número. Mordiscou os lábios, frenezi, medo, angústia.. o que mais? Dois. Acendeu um cigarro na esperança vã de acalmar-se. Mas calma alguma o traria de volta daquele suplício. Dois. O número girava-lhe na retina, como calendoscópio. O estômago doeu forte, como se tivesse levado uma facada, como se estrebuxasse ali no meio do corredor do hotel. A porta, marrom, maciça, sem detalhe de importância, parada imóvel diante dele. Do outro lado um certo barulho, risadas, ritmos... acendeu outro cigarro.. do nervoso deixou-o cair no carpete vermelho. O suor também caiu pelas temporas. Vontade de esfaquear agora sentia. De enfiar a mão inteira pelas vísceras arrancando-as com os dedos curvados em garra. Sentia as mãos enrubecendo-se do sangue imaginado. Já não era nervoso o que sentia, mas um ódio delicioso e quente de quem deseja matar alguém. O ódio dos assassinos sem culpa. De repente, o dois, feito de metal bronzeado, parou diante dos olhos, fixos, tesos, orgulhosos olhos. Abriu a porta e.....




Um pequeno e breve exercício de escrita.... silv!

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