terça-feira, 24 de março de 2009

microcontos: sobre seres escuros



fiz um vudu com meu sangue. vou colocá-lo no alto da estante. espero que ele caia.


ele diz que em minha pele preta o preto não combina.


sentado sobre mim com os cabelos compridos caindo no meu rosto, sua silhueta se parece com a de uma mulher. o pau pulsante dentro de mim não me deixa enganar.


vou sequestrá, estuprá-la com meus dedos, arrancar seus seios fartos e depois chupá-los. em seguida, vou afogá-la com seu sangue. espero que ela morra.


ele olha para mim com um olhar cúmplice e diz que começará a andar com os dentes à mostra, assim será visto. eu sorrio.


será que ela gemia? com certeza. elas são pagas para isso.


surpreendi um estupro. me ofereci em troca da criança. o estuprador não quis e continuou a fuder a pequena. senti inveja.


uma prostituta foi encontrada morta num quarto de hotel. morreu engasgada.


em dias de tempestade, brinco de roleta-russa com os raios: subo em cada árvore que vejo e espero.


na falta de lubrificação, ele escarrou na minha buceta. achei nojento, mas trepei mesmo assim. 40 reais são 40 reais.


o bebê não parava de chorar. joguei ele no chão. ele parou.

2 comentários:

Douglas disse...

Somos seres escuros procurando um sol profundo. Quando achar me avise.
Gostei muito.

Um beijo e boas letras.

Roberto Hobold disse...

Adorei esses microcontos!