Aurélio botou fogo na árvore
atrás de casa, frutífera
fogo era tempo, o tronco passado
ausência que o traçado consumia
a pele do fruto abrindo, expondo a polpa víscera,
e a membrana cedendo vida, carvão
ruína úmida de planta, brilho extinto de folhas,
de ramo precipício
plana fuligem, ninguém respira o ar da casa
raiz hospedada no trecho, no solo mudo,
sem comunhão
memória de um sol deposto
arde aquilo que era
enquanto queima no pátio,
pendurado na árvore acessa
se despe dos olhos de Pai,
sem alvo, sem ar
Douglas König de Oliveira
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
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